terça-feira, 8 de novembro de 2016

Prêmio Leila Diniz: Vencedores

Atuação Feminina em Série Nacional 
Patrícia Pillar (Ligações Perigosas)

Atuação Masculina em Série Nacional
Jesuíta Barbosa (Justiça)

Série Nacional 
Justiça

Trilha Sonora
Justiça

Fotografia
Velho Chico

Figurino
Velho Chico

Direção de Arte
Velho Chico

Abertura
Justiça

Direção
Luiz Fernando Carvalho (Velho Chico)

Autor
Manuela Dias (Justiça)

Ator Coadjuvante
Marco Nanini (Êta Mundo Bom)

Atriz Coadjuvante
Camila Queiroz (Êta Mundo Bom)


Ator
Domingos Montagner (Velho Chico)

Atriz
Selma Egrei (Velho Chico)

Novela
Velho Chico

sábado, 1 de outubro de 2016

Prêmio Leila Diniz 2016 (Indicados)

Atuação Feminina em Série Nacional 
Adriana Esteves (Justiça)
Alice Wegmann (Ligações Perigosas)
Débora Bloch (Justiça)
Marília Pêra (Pé Na Cova)
Patrícia Pillar (Ligações Perigosas)

Atuação Masculina em Série Nacional
Cauã Reymond (Justiça)
Jesuíta Barbosa (Justiça)
Jesuíta Barbosa (Ligações Perigosas)
Murilo Benício (Nada Será Como Antes)
Selton Mello (Ligações Perigosas)

Série Nacional 
Justiça
Ligações Perigosas
Nada Será Como Antes
Pé Na Cova
Supermax

Trilha Sonora
Justiça
Mister Brau
Nada Será Como Antes
Supermax
Velho Chico

Fotografia
Justiça
Liberdade, Liberdade
Nada Será Como Antes
Pé Na Cova
Velho Chico

Figurino
Êta Mundo Bom
Liberdade, Liberdade
Ligações Perigosas
Supermax
Velho Chico

Direção de Arte
Ligações Perigosas
Nada Será Como Antes
Pé Na Cova
Supermax
Velho Chico

Abertura
Êta Mundo Bom
Justiça
Nada Será Como Antes
Pé Na Cova
Velho Chico

Direção
Jorge Fernando (Êta Mundo Bom)
José Luiz Villamarin (Justiça)
José Luiz Villamarin (Nada Como Será Como Antes)
Luiz Fernando Carvalho (Velho Chico)
Vinicius Coimbra (Liberdade, Liberdade)

Autor
Benedito Ruy Barbosa, Edmara Barbosa e Bruno Luperi (Velho Chico)
Manuela Dias (Justiça)
Manuela Dias (Ligações Perigosas)
Miguel Falabella (Pé Na Cova)
Walcyr Carrasco (Êta Mundo Bom)

Ator Coadjuvante
Caio Blat (Liberdade, Liberdade)
Irandhir Santos (Velho Chico)
Marco Nanini (Êta Mundo Bom)
Ricardo Pereira (Liberdade, Liberdade)
Tarcísio Meira (Velho Chico)

Atriz Coadjuvante
Camila Queiroz (Êta Mundo Bom)
Dira Paes (Velho Chico)
Elizabeth Savalla (Êta Mundo Bom)
Lília Cabral (Liberdade, Liberdade)
Zezé Motta (Escrava Mãe)

Ator
Antonio Fagundes (Velho Chico)
Domingos Montagner (Velho Chico)
Mateus Solano (Liberdade, Liberdade)
Rodrigo Santoro (Velho Chico)
Sérgio Guizé (Êta Mundo Bom)

Atriz
Camila Pitanga (Velho Chico)
Carol Castro (Velho Chico)
Flávia Alessandra (Êta Mundo Bom)
Selma Egrei (Velho Chico)
Thaís Fersoza (Escrava Mãe)

Novela
Escrava Mãe
Êta Mundo Bom
Liberdade, Liberdade
Totalmente Demais
Velho Chico

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

E o jogo ainda não virou

A Regra do Jogo poderia ter representado o grande ponto de maturidade de João Emanuel Carneiro, autor do maior sucesso de audiência dos últimos 5 anos, Avenida Brasil. A expectativa da emissora, aliás, era algo como um fenômeno capaz de recuperar os baixos índices do folhetim anterior, Babilônia, de Gilberto Braga. Lançado como produto da grife 'João Emanuel Carneiro', muito se esperava do autor que, para muitos, é o mais talentoso do time da nova geração.
 
Mas A Regra do Jogo vem conseguindo reagir apenas recentemente, ainda assim com números próximos ou inferiores aos 30 pontos (mas com tendência a crescer). É bem verdade que a novela competiu por muito tempo com 'Os Dez Mandamentos', fenômeno exibido pela TV Record. Também é verdade, porém, que Babilônia, o fracasso de audiência que antecedeu a novela de Carneiro, nunca chegou a perder para o produto concorrente.
 
Seja como for, é evidente que audiência e qualidade não andam necessariamente juntas. Não foram poucas as boas novelas injustiçadas pelo público, de Lado a Lado até A Vida da Gente. Também não foram poucas as novelas de baixa qualidade que fizeram bastante sucesso, caso de Fina Estampa, por exemplo.
 
Contudo, não se pode dizer que A Regra do Jogo chega a ser um bom produto. Se a crítica esperava um João Emanuel Carneiro maduro, o resultado final decepcionou bastante: sinopse pobre, confusa, maniqueísta, uma tentativa de mal-ajambrada de repetir novelões políticos à la Lauro César Muniz.
 
E ficou na tentativa. João Emanuel Carneiro tem uma visão de Brasil rasa, maniqueísta, quase reacionária. Apresenta uma "facção" que permeia todos os núcleos da sociedade, homens do mal que sustentam toda a desgraça dos cidadãos de bem, personagens que geralmente vivem em uma comunidade carente idealizada, superficial, uma favela de plástico. A tal facção faz parte de um argumento megalomaníaco, quase fantasioso, algo difícil de engolir fora de uma história bem-construída, alicerçada, estabelecida com personagens ricos e um roteiro interessante. Mas a história é fraca, desinteressante, cansativa na maior parte do tempo. E o argumento se torna confuso, pouco acessível diante da falta de interesse de acompanhar uma história que, não tendo a simplicidade de um bom romance policial ou o suspense bem-construído de um thriller, torna-se rapidamente esquecível.
 
Além disso, João permeia seu roteiro (para variar, cheio de furos) com ironias bobas, desconexas, programas que poderiam ser criados pelo velhinho que, leitor assíduo de jornalões, destila preconceitos e arquétipos preconcebidos: o esquerdista hipócrita, o new rich ostentador, o velho rico decadente da Zona Sul. Tudo muito batido e irrelevante tanto para a crítica especializada quanto para o público menos engajado. Mesmo as suas tentativas de humor são forçadas, ridículas e adeptas de politicamente incorreto que, longe de ter a genialidade de um Miguel Falabella, não fazem jus à posição de um escritor de novelas de horário nobre (ainda mais, tão badalado): no capítulo de ontem, por exemplo, uma personagem incorporou uma entidade de umbanda de repente, estratégia que, imagino eu, serviria como alívio cômico. Não serviu. Além de apresentar uma visão pobre de umbanda, a cena pareceu, no fim, como uma esquete de programa de humor de má qualidade.  
 
Isso sem dizer no universo criado pelo autor: se isso era o forte em Avenida Brasil, em A Regra do Jogo não há muito o que se salvar. Personagens repetitivos (como Atena, a velha vilã oxigenada e debochada, ou Ascânio, reedição do Nilo de Avenida Brasil) ou apenas pouco complexos (como Toia, a mocinha ''batalhadeira'', ou Gibson, o poderoso chefão sem nenhuma carga emocional) perpassam toda a novela. A impressão do corpo de personagens é que o resultado saiu um pouco frustrado: o autor se esforçou em criar tipos excêntricos e acabou exagerando nas tintas, transformando-os, por um lado, em repetecos de outros papeis que já criou e, por outro lado, em caricaturas distantes de um mínimo de complexidade. Nada a salvar.
 
Cabe destacar a atuação over de Giovanna Antonelli, uma das atrizes mais talentosas de sua geração. Atena, porém, é página a ser queimada. Alexandre Nero também não está fazendo um trabalho inesquecível, diga-se de passagem, ainda mais em um personagem que destoa muito da qualidade do Comendador José Alfredo, um dos poucos acertos de Aguinaldo Silva em Império. Vanessa Giácomo e Cauã Reymond não têm muito o que fazer diante de personagens tão enfadonhos e insípidos, assim como José de Abreu, Renata Sorrah e Suzana Vieira, atores de primeiríssima linha fadados a papeis sem nuances. Talvez haja potencial em Zé Maria, personagem de Tony Ramos. A conferir. Destaque mesmo apenas para Cássia Kis, atriz que conseguiu levar a novela nas costas em boa parte da trama.
 
Por fim, Amora Mautner parece não ter se estabelecido fora do núcleo de Ricardo Waddington. Ao contrário dos colegas Mauro Mendonça Filho e José Luiz Villamarin, Amora mostra, com A Regra do Jogo, que precisa amadurecer tecnicamente. À parte da boa direção de atores (seu forte, sem dúvida), Amora precisa evoluir em fotografia e direção de arte. Uma diretora de núcleo deve ter o controle de todas essas variáveis.